Eu sou a fome
Eu sou a sede
Eu sou a soma
De todos os anseios
Meu desejo
Não conhece limites
Minha avidez
A tudo consome
Sou o buraco negro
Que devora a luz
Sou o redemoinho
Que traga o navio
Minha alma é oca
É superfície côncava
É abismo voraz
É antimatéria
Que toca a matéria
E a aniquila
Em sua fome
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